quinta-feira, 7 de julho de 2011

Sonhos

Dormindo, se resumem a invenções. Brincadeiras propostas pelo inconsciente, jogos de poderes, de amores. Estórias de aventuras e perseguições, suspenses inofensivos, dramatizações alucinadas.
Acordados, são modelos a serem seguidos. Para uns se resume a dinheiro, luxo, coisas fúteis e vagas que não acrescentam em nada, para outros, poder, uma ambição que é capaz de subjugar a qualquer consciência, decência ou dignidade. Para mim, significa muito mais que qualquer sina, ou imoralidade, apenas o desejo mais puro e singelo. É claro, não posso discriminar ninguém por querer ser rico ou bem sucedido na vida, porém, esta é a unica afirmação possível que a minha opinião tem a informar: sonhar não é nada mais que a vontade, o desejo de transcender, seja espiritualmente, emocionalmente ou intelectualmente. Cada momento da vida pede um sonho, que mova seu livre-arbítrio a algo produtivo, seja seu trabalho, estudo ou, quem sabe, apenas um pedido de desculpas.

Hoje e sempre,


mon rêve est
vous, Gio.


domingo, 19 de junho de 2011

Única

Teu nome é sublime, e tudo sublima aos teus pés.
Tua face é verão, antigas claves em dó.
Nosso coração, emoção. Dos acasos ao pó.
Tua sina e teu crime: é o ódio ao revés.

Do abandono da sensação
As respostas miúdas
Das perguntas inoportunas
Será talvez traição?

Ou talvez, o que vem a ser
Essa mais nobre tradição?
Resta apenas esta missão
De querer e receber

O final derradeiro
Das dores no peito
Ou da volta ao alento
E ao amor hospitaleiro,

Aquele que diz
Ao final para os que se envolvem
Numa harmonia que faz jús ao pólen
Da flor de liz.

eu sublimo aos teus pés.

sábado, 18 de junho de 2011

G

Isso tudo é passado... Mas o que eu posso fazer se o passado é tudo que me resta de ti? Tá bem, tudo não. Me restam fotos, papéis, ainda do tempo que nós erámos um casal apaixonado, ainda me resta uma aliança sem o teu nome, que na época nem precisava, pois em todo lugar estava escrito que eu era só seu, e você era só minha, a gente sabia disso. Mas de que importa? São apenas objetos, de uma longa lista que provava o nosso amor... Mais uma vez, passado. É claro que eles contêm uma magia dos tempos anteriores, mas nada, nada comparado ao que era meu bem mais precioso... Aquele que batia mais rápido quando via minha imagem, quando lia histórias de amor sobre nós dois. Aquele, que movido a pura emoção sentia que me amava, que dizia muitas e muitas vezes mais que aquilo nunca iria acabar...

E que foi abandonado..



O que o mundo vai dizer, quando o amor vencer?
Em quem a gente vai pensar, quando a luz se apagar?
Eu quero um minuto de silêncio, será que é pedir
demais?
Eu só queria, mas eu não sei mais como é você.

Foi

Aquilo que passou. Passado do presente inoportuno. Oportunidade daquilo que já era produto. Produtividade imprecisa. Precisão abaixo do necessário. Necessidade do que depois será preocupante. Preocupação anteposta aos paralelepípedos. Paralelismos fortificantes. Fortes laços. Laços entrecortados por limalhas diamantadas. Diamantes que fogem do contexto. Texto que explode incessantemente. Cessa o piano. Piada no momento errado. Erros estúpidos. Estupidez naquele que tu fostes. Foi, aquilo que passou.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

2007 a 2011 em um dia

Eu sempre quis entender sobre como as decisões que eu tomo influem no futuro.

"Você não pode conectar os pontos olhando para o futuro, você só os pode conectar olhando para o passado."


Essa frase talvez tenha sido uma das mais sábias que eu já ouvi alguém pronunciar, ela ecoou na minha mente por algum tempo, e adormeceu. Quem sabe, no âmago da minha consciência, ela estava sendo curtida como um bom vinho, para um dia então, eu entender. E esse dia talvez chegou.

Olhando para trás, eu posso agora observar o que os erros e acertos ocasionaram no presente. Acertos foram alguns, provavelmente a maioria, porém vou dedicar meu tempo a relatar não a respeito da maioria, e sim do mais significante, e enfatizando o pior.

Ao amanhecer, criaram-se novas amizades enovas emoções, formaram-se novas paixões, algumas incorrespondidas, mas não as mais intensas. Uma manhã ensolarada, cheia de ternura e um futuro não acolhedor.
Conforme os ponteiros do relógio iam girando, o tempo ia fechando, até que chegaram as nove-horas.
Choveu.
Após a chuva, um novo céu azul se abriu, renovado, limpo, lindo. Duas tempestades passaram até o meio dia, devastando tudo, o mar outrora liso como seda, foi agitado, e nenhum sentimento possivelmente sobreviveria a isto.
Enfim, ao entardecer o sossego do cochilo.
Sossego? Quem dera. Apenas aparente.
Ao anoitecer, o luar fez com que apenas uma onda varresse o mar, uma onda de novos objetivos e novas perspectivas, uma onda de sabedoria, de conhecimento.
Conhecimento este, adquirido talvez da pior forma possível, da mais dolorosa.
Finalmente à meia-noite, o fim do sofrimento.